Chove nas Escolas de Barroselas

Pais e encarregados de educação da escola secundária de Barroselas, em Viana do Castelo, manifestam-se, amanhã, pela realização de obras "de fundo" no estabelecimento, onde afirmam que "chove tanto como na rua". Escola diz que "há muito" denuncia a situação.

Tectos repletos de humidade, revestimentos desprendidos pela água e paredes manchadas pela chuva que por elas escorre. Sobram queixas e faltam soluções para os problemas este mês denunciados pelos alunos, mas sentidos por docentes e funcionários.
O protesto dos alunos (no passado dia sete) levaria a que a tutela avançasse, de imediato, com obras entendidas pela associação de pais como "de remedeio", reivindicando aquela estrutura por intervenção "de fundo". Por isso, pais e encarregados de educação saem, amanhã, à rua, ligando o protesto o Campo da Agonia ao Governo Civil.
"As obras que decorrem na escola - iniciadas no passado dia 21 e estimadas em 6000 euros - não põem, de modo algum, fim aos problemas. Poderão, apenas, minorá-los. Mas esta não é situação que se resolva com remedeios. Queremos que os edifícios da escola não metam água e que não sejam gélidos para os nossos filhos", esgrime o presidente da associação, Armando Dias, que se referiu aos trabalhos já iniciados como "a maior intervenção" realizada no estabelecimento desde a sua construção, há 27 anos. "Em suma, esta escola nunca sofreu obras que possam ser chamadas por esse nome", assinala.
A presidente do Conselho Executivo do estabelecimento, Rosa Cruz, não discorda que esta se apresente como a maior intervenção aí realizada. Dando conta que a escola denuncia a situação "há imenso tempo", disse que a resposta avançada pela tutela - que enviou técnicos para aferir da situação no próprio dia do protesto dos alunos - "não seria a que pretendíamos, mas queremos que estes trabalhos sejam feitos, de modo a manter a escola em funcionamento até que seja sujeita a obras de fundo".
Prometidas para a escola, que comporta mais de 700 alunos, está uma intervenção de fundo inserida na denominada "Fase 4 da Parque Escolar", fase esta que o próprio Executivo da escola afirma desconhecer quando arrancará. "Queremos que sejam explicados tanto os prazos como os projectos", reitera Armando Dias.
Na escola, o pavilhão polivalente (que alberga a cozinha, o refeitório e um espaço de convívio) e um bloco de salas de aula (maioritariamente ocupado por alunos do 3º Ciclo) apresentam-se, para Rosa Cruz, como os "pontos mais críticos". "Ainda há pouco, a chuva formava uma cortina de água no refeitório, que teve, por isso, de ser encerrado", recorda, afiançando que o estabelecimento "não tem dinheiro" para pôr os poucos radiadores (eléctricos) que funcionam a trabalhar: "Passa-se frio, é verdade. Mas não temos outro remédio".