Faltam bombeiros às corporações de "Voluntários" existentes no distrito de Viana do Castelo. Quem o diz é o Governo Civil, que defende a constituição de equipas permanentes em todas as associações. Actualmente, só duas corporações dispõem desse serviço: Ponte da Barca e Ponte de Lima.
O Governo Civil de Viana do Castelo, em parceria com as diversas autarquias e corporações de "Voluntários" do distrito, pretendem avançar com incentivos de modo a sensibilizar jovens e adultos a ingressarem nos bombeiros.
No cerne da questão está o ataque, mais rápido e preparado, aos fogos florestais, bem como a resposta às restantes ocorrências, assinala o governador civil de Viana do Castelo, Pita Guerreiro.
"São necessários mais meios, o que exigirá um grande esforço, por parte de todos", acentua, observando que, no último Verão, o distrito alto-minhoto assistiu a "sérias dificuldades", devido ao elevado número de incêndios. A este propósito, refira-se que, entre a última semana de Julho e a primeira de Agosto, verificaram-se, no Alto Minho, perto de 60 ignições por dia.
No ano passado, em que a área ardida no país foi a maior dos últimos quatro anos, o distrito vianense foi o segundo mais fustigado pelas chamas, que consumiram perto de 20 mil hectares de floresta (área semelhante à de 20 mil estádios de futebol), cifra só superada pela verificada no distrito da Guarda, onde arderam mais de 23 mil hectares.
Para Pita Guerreiro, quanto mais tardio for o combate às chamas mais difícil será controlar o incêndio, exigindo, por isso, a tarefa "um esforço maior".
De acordo com o responsável, o ideal seria que todas as corporações pudessem contar com uma equipa permanente (cada uma delas é formada por cinco elementos), situação que, actualmente, apenas se verifica em duas das 11 corporações de "Voluntários" da região (Ponte da Barca e Ponte de Lima), tendo Monção e Vila Nova de Cerveira manifestado já a vontade de criar o serviço.
De acordo com Pita Guerreiro, o esforço a realizar "não será muito grande", uma vez que à tutela cabe metade dos encargos. O restante é da responsabilidade das autarquias.
Além do alargamento do corpo activo, pretende-se, também, apostar na formação dos bombeiros, encontrando-se, nesse sentido, em criação, na localidade de Covas, em Vila Nova de Cerveira, a futura unidade distrital de formação. Segundo o governador civil, a estrutura evitará, assim, deslocações à Escola Nacional de Bombeiros, em Sintra, situação que "suscita diversas dificuldades aos voluntários", evidencia.
Segundo algumas corporações da região, a valência apresenta-se como uma antiga reivindicação, chegando mesmo a inexistência do serviço no distrito a inviabilizar a progressão na carreira, por parte de vários bombeiros. "Trata-se de carência muito sentida", assinala, a propósito, o responsável por uma corporação.
O equipamento deverá ser, agora, candidatado a fundos estruturais pela Comunidade Intermunicipal do Alto Minho.