Fusão de freguesias só peca por tardia

O governador civil de Viana do Castelo, Pita Guerreiro, admite que o estudo do mapa actual, em termos de população, eleitores e área geográfica, já está a ser feito e vê como inevitável a fusão de autarquias, o que só peca por tardio. "Uma reforma administrativa deveria ter sido feita logo após o 25 de Abril.
Temos hoje uma realidade que não corresponde às necessidades das populações", explica o também antigo presidente da Câmara de Caminha. O levantamento em todo o País, diz, vai permitir estudar uma reforma administrativa "eficaz e eficiente". "A realidade que temos é freguesias muito envelhecidas e com pouca população. E há um excesso de órgãos e com poucos meios e competências."

Muitas freguesias têm poucos eleitores

O distrito de Viana do Castelo, com os seus dez concelhos, tem 290 freguesias, mas, destas, 125 têm menos de 500 eleitores, e, em Caminha, três juntas chegam apenas aos 230. Em contraponto, há uma freguesia na cidade de Viana com mais eleitores do que concelhos inteiros do distrito.

Segundo dados recolhidos pelo DN, esse é o caso da freguesia de Santa Maria Maior, em Viana do Castelo, que com os seus 9985 eleitores, assume uma dimensão maior, por exemplo, do que todo o concelho de Vila Nova de Cerveira (9023) ou Paredes de Coura (9756). Neste último concelho, 13 das 21 freguesias têm menos de 500 eleitores, sendo que na aldeia de Porreiras esse número é de apenas uma centena. Em Vila Nova de Cerveira, das 15 freguesias, oito têm menos de meio milhar de eleitores, número que em Gondar chega apenas à centena e meia.
Ainda mais claro é o exemplo de Caminha, onde das suas 20 freguesias, nove têm menos de 500 eleitores. Destas, a serra d'Arga é um caso paradigmático, com as suas três pequenas aldeias. São elas Arga de Baixo (101), Arga de Cima (87) e Arga de S. João (59), e o presidente de uma das mais pequenas juntas de freguesia do País até não se importa de ver a fusão avançar: "A ideia até podia ter pernas para andar. Mas cada freguesia tinha de estar muito bem representada na nova junta, e, se calhar, esse seria o problema", afirma ao DN Marinho Gonçalves.
Aos 70 anos lidera a Junta de Arga de S. João há 30 e teme que o interesse das freguesias maiores "abafe" o das mais pequenas. "Estas freguesias sempre viveram na miséria, até que chegaram as eólicas. O meu receio é que o interesse das freguesias maiores seja esse: o dinheiro", acrescenta.
Isto porque só nas vizinhas Arga de Baixo e Arga de Cima já estão instalados dez aerogeradores e em 2011 deverão chegar mais cinco, para Arga de S. João. Contas feitas, cada torre pode render anualmente 15 mil euros às juntas. "Tenho um orçamento de 30 mil euros, para melhorar uns muros e pouco mais. Agora imagine a importância que essas rendas têm", diz ainda Marinho Gonçalves.
Esta contabilidade, entre freguesias grandes e pequenas, volta agora a estar em cima da mesa, com a possibilidade de fusão, seguindo o exemplo do que está a ser feito em Lisboa.
Entre outros exemplos (ver caixa), na fronteira minhota com Espanha, em Valença, a segunda cidade do distrito, há apenas 13 932 eleitores inscritos nos cadernos, em 16 freguesias, mas seis não chegam aos 500 eleitores.

PSD Viana contra estacionamentos pagos


A Comissão Política Distrital do PSD Alto Minho lamenta "profundamente" a falta de vontade política reivindicativa dos autarcas do Partido Socialista e do Governo face à sobrecarga financeira, que advém da instalação de pórticos e de uma politica permissiva de estacionamento pago, em Viana do Castelo.

Para o Presidente da Distrital do PSD, "a cidade, Capital de Distrito, que já estava rodeada de parques de estacionamento pagos, ver-se-á agora confrontada com a instalação de pórticos por todos os lados, o que vem penalizar, gravemente, os agregados familiares do Distrito de Viana do Castelo.
Eduardo Teixeira disse que, lamentavelmente, “paga-se para cá estar e estacionar, para cá entrar a Sul, pagar-se-á para quem vier de Norte (Caminha) e Este (P. Lima), resta-nos o Mar a Oeste... pelo que estamos CERCADOS DE IMPOSTOS!”
Desta forma, "esta gestão socialista está, mais uma vez, a penalizar a nossa Região e a impedir que se façam investimentos que potenciem a criação de riqueza e a melhoria da qualidade de vida das nossas populações".
A Comissão Política Distrital do PSD de Viana do Castelo repudia, por isso, "esta política socialista que, de ano para ano, atrofia as legítimas expectativas da nossa região e os anseios mais profundos de um povo sério e trabalhador, e exige uma abordagem completamente diferente do Alto Minho".

Suspensão temporária da obra do Coliseu de Viana do Castelo por dificuldades financeiras


A Câmara de Viana do Castelo informa que o Coliseu de Viana do Castelo, desenhado pelo Arquitecto Eduardo Souto Moura, foi uma empreitada adjudicada em 21 de Dezembro de 2007 na reunião de executivo com os votos favoráveis de todos os membros eleitos. Ainda sem financiamento comunitário no início do processo de construção, foi contraído um empréstimo de 4,7 milhões de euros, aprovado em 29 de Fevereiro de 2008 pela Assembleia Municipal de Viana do Castelo.

Em Maio de 2010, face aos problemas numa das empresas do consórcio encarregue da empreitada, a Câmara Municipal geriu a transmissão da posição contratual, permitindo a continuação da obra. Em Fevereiro de 2011, a Câmara Municipal e o consórcio assinaram o Auto de Suspensão Temporário por Mútuo Acordo pelo período de quatro meses.
Reconhece este acordo que a Câmara Municipal “tem envidado todos os esforços possível em ordem a obter o necessário financiamento para a obra através da sua candidatura a programas comunitários quer nacionais quer regionais, sem que o tenha conseguido até ao momento” e considera que “a obtenção de tal financiamento é absolutamente necessária à normal execução financeira da obra e sua conclusão”.
No auto de suspensão por mútuo acordo é identificado que a Autarquia continuará a diligenciar uma candidatura ou um programa de financiamento “dentro do período de suspensão da empreitada” (quatro meses) por forma a restabelecer a empreitada logo que possível.
A decisão de suspensão assenta nas dificuldades económicas sentidas pelo Município, associadas aos cortes das transferências de verbas do Estado e pretende não colocar em causa a estabilidade financeira da autarquia, nomeadamente no cumprimento de compromissos na educação, no apoio às áreas sociais, na reabilitação da rede viária e nas obras de infra-estruturas de água e saneamento necessárias, obras que, aliás, foram alvo de recentes candidaturas à CIM Alto Minho e que permitiram a Viana do Castelo beneficiar de financiamentos comunitários de oitenta por cento para a sua execução.

Nova igreja do Senhor do Socorro abre domingo ao culto, investimento de 750 mil euros

A nova igreja da Paróquia do Senhor do Socorro, em Viana do Castelo, um investimento de 750 mil euros, abre domingo ao culto, com a celebração da primeira missa, informou hoje fonte diocesana.

Adormecer a ver o monte e acordar a olhar o rio


Cinco suites instaladas numa plataforma elevada por um pilar a cerca de três metros do chão e que roda sobre si própria para proporcionar um acordar diferente do deitar, será a grande atracção de um novo hotel de quatro estrelas que abrirá em Caminha em 2012.

 
O projecto totalmente alinhado com o conceito de "design hotel" para poder integrar uma rede mundial que exige, sobretudo, inovação, representa um investimento de cerca de três milhões de euros e está a ser materializado com a adaptação de uma antiga casa senhorial na praça principal da vila. Nesse edifício, conhecido como "casa das torres", funcionará em três pisos o grosso da estrutura da futura unidade hoteleira de nome "Design & Wine", desde a recepção, à grande parte dos quartos, ao restaurante, bar, sala de estar e de exposições. No logradouro do imóvel, que data do século XVIII, um corpo extra em forma de paralelipipedo assente sobre um pilar, albergará mais cinco suites, cuja localização só por si já oferecerá uma vista privilegiada sobre a desembocadura do rio Minho e a margem espanhola.
Contudo, o arquitecto autor do projecto, Pedro Araújo, acrescentou à estrutura como factor de inovação, a possibilidade de fazê-la girar sobre si própria no máximo 30 graus, para surpreender quem pernoitar nessa parte do hotel. "Será a cereja em cima do bolo. Rodará duas vezes ao dia, prevendo-se que durante o dia esteja virada para a bonita foz do rio Minho e à noite para o monte de Santa Tecla, que tem uma importante presença, especialmente à noite, pelo recorte que a iluminação dispersa lhe dá", refere Araújo, considerando que "vai ser comercialmente muito apelativo poder adormecer virado para o monte (situado na localidade galega de A Guarda) e acordar virado para a foz do rio.
A rotação da plataforma será conseguida através de um mecanismo (sobre um eixo) idêntico ao da ponte móvel na marina de Viana. E a ligação ao edifício principal será feita "através de um passadiço metálico envidraçado".
Para Pedro Araújo, "a qualidade paisagística" será apenas uma das mais-valias deste "inovador" estabelecimento, que abrirá portas dentro de pouco mais de um ano, já que também deverão constituir novidade os seus 23 quartos temáticos, o que os diferencia totalmente é o efeito cénico que será criado com a iluminação intermitente em várias cores da fachada do edifício principal.
Virado à Praça Conselheiro Silva Torres, o "Design & Wine" incluirá ainda uma enoteca, que o autor do projecto faz questão de dizer que "foi ideia da presidente da Câmara de Caminha". "Arte, vinho e paisagem" são, segundo Araújo, as linhas de força de uma obra que decorre, finalmente, ao fim de três anos de avanços e recuos. "Um projecto destes é um parto muito difícil. Há que ter cuidados muito especiais com a história e todos os elementos arquitectónicos", argumenta, concluindo: "A obra deverá estar concluída em Fevereiro de 2012 e julgo que vai ser cumprido o prazo. A abertura será em Abril ou Maio".

Socorrista vai ser padrinho do bebé que ajudou a nascer


A dois meses da data prevista do nascimento, André Barbosa, de Barroselas, Viana do Castelo, surpreendeu a mãe ao vir ao mundo com sete meses e o auxílio de um socorrista da Cruz Vermelha de Neiva, voluntário que foi, agora, convidado para ser padrinho do bebé.

 
A história com final feliz remonta ao princípio da noite de 8 de Janeiro, altura em que Paula Campinho, 31 anos, que reside junto ao campo da feira de Barroselas, começou a sentir "fortes dores", não suspeitando, porém, que seria mãe pela segunda vez dentro de pouco tempo. "Passei esse dia inteiro com dores, mas não suspeitei que ele fosse nascer, uma vez que a gravidez foi de risco. Mas, ao princípio da noite, não aguentava mais, até quem alguém ligou para o 112", recorda a operária têxtil, observando que, à moradia, acorreu, de imediato, uma equipa da Cruz Vermelha de Neiva, para a conduzir ao hospital.
"Não chegámos, porém, a sair do prédio. Quando estávamos nas escadas, senti uma dor muito forte e pedi-lhes para regressar a casa. Mal o fiz, rebentaram-se as águas", conta a mãe, assinalando que um dos socorristas, António Salgueiro, deslocou-se, então, à ambulância, em busca de um kit de parto de emergência, enquanto o outro, José Cruz, permaneceu junto a ela, assistindo-a no parto, que ocorreria pouco depois. Quando o colega regressou, André tinha nascido.
"Foi uma sensação inexplicável. Inicialmente, foi de algum nervosismo, mas depois de uma grande alegria. Foi um momento que ficará para sempre gravado na minha memória", considerou, emocionado, José Cruz, que aceitou "com muito gosto" ser o padrinho do menor. "Este é um costume antigo e mais não fizemos do que honrá-lo", justificou a avó do bebé, Madalena Magalhães.