Advogado da família de empresário galego desaparecido pede 8 a 9 anos para arguidos

O advogado da família do empresário galego Guillermo Collarte, que está desaparecido desde outubro de 1999 depois de alegadamente ter sido sequestrado em Valença, pediu 8 a 9 anos de prisão para os quatro arguidos no processo.

Nas alegações finais do julgamento, no Tribunal de Valença, Rui Leal admitiu que “não há provas concretas ou diretas” sobre o crime, mas sublinhou que, juntando todos os “pormenorzinhos”, é possível concluir que os arguidos “são os autores do desaparecimento” do empresário.
O advogado manifestou-se convicto de que a intenção dos arguidos não era matar, mas apenas raptar, para pedir um resgate.


Rui Leal pediu ainda aos arguidos que “um dia, quando lhes apetecer, escrevam uma carta anónima, datilografada”, à filha do empresário desaparecido, dizendo-lhes “onde está o pai”.

A procuradora do Ministério Público pediu “justiça”, baseando as suas alegações nas “condutas atípicas” dos arguidos no dia do desaparecimento e nos dias seguintes.

Os advogados de defesa foram unânimes em pedir a absolvição, alegando que a acusação se baseia em “ficção”, “especulações”, “suposições” e vincando a “manifesta falta de prova”.

A leitura do acórdão está marcada para hoje.

Os factos remontam a 5 de outubro de 1999, quando Guillermo Collarte, que na altura tinha 72 anos, se deslocou a Valença para uma reunião de negócios com os sócios arguidos neste processo e com José Lopes Rodrigues, no edifício do mercado municipal, cuja construção estava em curso na altura.

Daí, segundo a acusação, “e num plano previamente concebido”, os sócios convenceram Collarte, cujo estado de saúde era muito delicado, a ir até ao terreno do antigo Hotel Valenciano, próximo da estação de caminhos de ferro de Valença, juntamente com José Lopes Rodrigues.

Este, alegando que iria buscar uns papéis, terá deixado Collarte sozinho, aparecendo então o indivíduo contratado para o raptar, que o meteu no carro e o levou para parte incerta, desconhecendo-se até hoje o paradeiro do empresário.

O objetivo do sequestro seria extorquir a Collarte 150 milhões de pesetas, exatamente a quantia que ele teria para receber pela expropriação de uns terrenos em Santiago de Compostela, para construção de um hospital.

Collarte já teria sido alvo de um primeiro sequestro a 12 de agosto de 1998, na Galiza, por indivíduos que diziam pertencer a uma “grande organização internacional” e que ameaçavam que o matariam se não lhes entregasse aquela quantia num prazo de 10 dias.


3 comentários:

Anónimo disse...

Finalmente o caso parece que vai andar para a frente! Sou de Valença este caso chocou toda a gente

Alberto Cunha disse...

Que se faça justiça.

Acompanho o site diáriamente desde a sua creação, espetacular o novo design

Norte News disse...

Caro Alberto, muito obrigado pela preferência!

A Gerência

Enviar um comentário