O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, Paulo Rodrigues, culpou hoje o Governo pela progressiva diminuição do número de candidatos à PSP, alertando que este é um "problema sério", que urge resolver.
"O mais importante para o Governo é reduzir a despesa, seja a que custo for, mesmo que isso traga prejuízos no futuro para a instituição [PSP] e para os cidadãos", criticou.
Segundo Paulo Rodrigues, os governos têm "desvalorizado" as forças de segurança, nomeadamente definindo remunerações "pouco atrativas", o que, a juntar às exigências e ao risco da profissão, conduz a uma progressiva redução do número de candidatos.
"Estamos a tentar junto do Governo que se encontrem equilíbrios entre remunerações e direitos, e exigências e deveres. Não vamos exigir vencimentos de luxo nem direitos que vão para lá do que tem qualquer outro cidadão. Mas se não houver equilíbrio, vamos perder candidatos, e perder candidatos é perder qualidade. É um problema sério, que tem de se resolver", afirmou.
Paulo Rodrigues apontou números que dizem que em 1999, para 600 vagas na PSP, concorreram mais de 12 mil cidadãos, enquanto que em 2008 apenas houve "pouco mais de 3.000 candidatos" para preencher 1.070 vagas.
O líder sindical falava em Viana do Castelo, no final de um plenário distrital onde foi reiterado o pedido de demissão do ministro da Administração Interna e vincado o apelo ao cumprimento da lei para acabar com dois regimes remuneratórios dentro da PSP.
Segundo a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), aquele duplo regime resulta do facto de o Ministério da Administração Interna ainda não ter conseguido aplicar na totalidade o novo estatuto profissional da polícia, que entrou em vigor a 01 de janeiro de 2001, "contra a vontade dos profissionais da PSP".
Desta situação resultam "indícios de ilegalidade", já que "uma grande maioria" continua a ser remunerada ao abrigo do velho estatuto, havendo apenas uma "pequena minoria" abrangida pelanova tabela remuneratória.
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