Uma jovem menor de idade, que sonhava ser modelo, aceitou receber de um desconhecido que ‘conheceu’ no ‘hi5’, pelo correio, roupas e acessórios para uma sessão fotográfica. A Polícia Judiciária (PJ) interceptou a encomenda, que afinal, continha droga vinda de um país estrangeiro.
O caso não é enredo de um filme policial, é a verdade de dos processos de ‘cibercrime’ investigados pelo Departamento de Investigação Criminal de Braga da PJ, ontem apresentados a dezenas de alunos do Agrupamento de Escolas de Maximimos, numa palestra sobre riscos de utilização da internet.
Os dois inspectores da PJ convidados para abordarem o tema da prevenção da criminalidade informática contra crianças e jovens exemplificaram com algumas situações ocorridas nos distritos de Braga e Viana do Castelo os riscos que podem advir da disponibilização, em redes sociais e noutras plataformas internet, de informações pessoais.
Noutros dos casos investigados pela PJ, duas estudantes maiores de idade foram agredidas e violadas por um indivíduo que ‘conheceram’ numa sala de conversação da internet (chat).
A PJ bracarenses descobriu também vários processos envolvendo menores que foram ameaçadas da divulgação ‘on line’ de fotos e vídeos disponibilizados a pessoas próximas. “A PJ acabou com as situações, mas não pode garantir que as fotos e vídeos deixem de circular na internet”, alertou um dos inspectores da PJ.
No final da sessão se sensibilização realizada ontem à tarde na cantina da Escola Frei Caetano Brandão, para além de recomendações sobre o bom uso da internet, os alunos do Agrupamento de Maximinos ficaram a saber q
ue a conversação ‘on line’ dá a sensação ilusória “de que já conhecemos há muito tempo a pessoa que está do outro lado”.
Um dos agentes especializados no combate à criminalidade informática avisou para os riscos da incerteza e insegurança dos contactos com desconhecidos na internet: “Um pedófilo não diz que tem 40, 50 ou 60 anos, mas sim que tem a vossa idade e os vossos gostos”, garantiu.
O que é o ‘cybergrooming’?
Nunca abrir mensagens de ‘email’ desconhecidos é uma das regras básicas de uma navegação segura na internet.
Os dois inspectores da PJ que ontem alertaram para os riscos da internet, sublinharam que o correio electrónico é um dos meios mais utilizados para a propagação dos vírus informáticos, nomeadamente os de tipo ‘malware’, ou seja, aqueles que facultam o acesso a informações confidenciais como as de contas bancárias.
Na sessão promovida pelos responsáveis das bibliotecas das escolas secundárias de Maximinos e Frei Caetano Brandão, os alunos foram alertados para realidades tão actuais como o ‘cyberbullying’, o ‘cybergrooming’ (falsa amizade de um intruso em redes sociais) ou o ‘cyberstalking’ (perseguição via internet).
Para casa levaram alertas sobre os riscos da manipulação de conteúdos na internet e para a mais que rápida divulgação de dados pessoais disponibilizadas nos ‘facebooks’ e noutras plataformas electrónicas. A “perda de privacidade” é um dos riscos a que crianças e jovens correm quando conversam na ‘net’, um mundo que, apesar de tudo, representa um leque de múltiplas oportunidades.
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